segunda-feira, 6 de agosto de 2012


Justiça, Direito e mensalão. Nesses tempos de julgamento do mensalão, onde as pessoas esperam ver sair do Tribunal os réus trajando uniforme listrado, já que não podem ser queimados na Praça dos Três Poderes, é reconfortante ler notícia da palestra de EROS GRAU, no Instituto dos Advogados do Brasil, falando, em tese, sobre o texto e a norma jurídica (Folha do IAB, maio e junho 2012, págs. 4 e 5). Importante, como ele o fez, é lembrar que existe uma diferença entre Justiça e Direito e que os juízes aplicam o Direito, devendo preocupar-se com que essa aplicação sirva para solucionar problemas práticos. Ninguém foi à faculdade para aprender Justiça, mas para aprender Direito. Ninguém fez curso de justiceiro. A Justiça é ideia inata, todavia não deixa de ser marcada por enorme dose de subjetivismo, que, ainda bem, não está na norma jurídica. Portanto, antes de se frustrar, daqui a alguns meses, com o fato de ninguém sair de listrado do Supremo, procure entender os limites da função do julgador e torcer para que os ministros a ela se restrinjam, o que é uma segurança para todos nós, da qual não devemos sequer cogitar de abrir mão.