Morreu ROGÉRIO LAURIA TUCCI, estudioso do Direito que brindou
o Processo Civil e Penal com trabalhos primorosos e aulas magníficas; advogado
renomado, defensor de teses robustas sempre com brilho, criatividade e
inteligência. Dele, além do lado humano, guardo duas lições memoráveis de amor
e respeito à Ciência Jurídica e à Advocacia. Foi meu examinador em 1978 e, no trabalho
que apresentei, havia divergências significativas com estudos anteriores dele.
Preocupei-me com isso e meu orientador também. Na banca, ele enfrentou a
crítica, discutiu serenamente o assunto e aprovou a dissertação.
Posteriormente, na reedição de seu livro, noticiou a mudança e citou-me,
demonstrando falta de vaidade à qual sobrepôs o respeito à Ciência do Direito.
Noutra feita, fomos advogados ex-adversos, em caso controvertido e quando,
timidamente, indaguei, em encontro casual, se iria sustentar no Tribunal, ele
me respondeu: nós vamos – você também vai. Precisamos mostrar a importância do
nosso caso, engrandecer e dar qualidade ao processo e ao julgamento, justificou.
Ensinou, assim, que, acima da preocupação com o adversário, dividindo com ele a
cena, deveria colocar-se a valorização do espetáculo da Advocacia, que também
deveria ser o do Judiciário. Carrego dele, agora, a saudade, o aprendizado
jurídico, o respeito, a humildade, a valorização da Justiça e, mais do que
isso, da Advocacia.