Perde o mundo jurídico a Tribuna
do Direito, fruto do trabalho abnegado de Milton Rondas que, durante muitos
anos, coletava e distribuía por páginas incertas de O Estado de São Paulo matéria jurídica. Depois, passou a sistematizá-las
num caderno, nominado de Justiça, e quando o Estadão se rendeu ao lucro e acabou com o caderno por falta de
patrocínio, Milton e dois outros mosqueteiros resolveram assumir a empreitada e
criaram a Tribuna. Sabia que rico não
ficaria, mas ousou, por tantos anos, difundir o pensamento jurídico entre tanta
gente, boa parte dos quais que tinham na Tribuna
certamente sua única fonte de conhecimento jurídico. Agora, o crescimento
da internet e a eterna crise brasileira impõem, mesmo com a resistência do
Milton, fim ao projeto, que sem dúvida será sempre lembrado como uma referência
impar no jornalismo especializado, conseguindo sobrevier por mais de 24 anos. Tive a honra de estar com a Tribuna na sua vida toda, mesmo quando
dela me afastei por alguns anos ao não aceitar um critério de Milton sobre as
eleições da OAB. Nela não escrevia, mas a lia e guardava com proveito e
carinho. Tive tempo, porém, de voltar por insistência do Milton e ainda escrever
196 artigos no Caderno de Jurisprudência.
Terei saudades, mas também terei boas lembranças para contar.