Ourives x Fordistas. Interessante análise veio à tona na sessão do último dia 20 da 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, durante o julgamento de um recurso de embargos de declaração. Reclamava o Des. SEBASTIÃO FLÁVIO do mau uso dos embargos, por meio do qual se busca, quase sempre, uma revisão da decisão, supondo-se que os julgadores não tenham efetivamente se detido nas coisas do processo. A queixa foi compartilhada pelo Des. RICARDO BELLI, lembrando da inapropriada menção à contradição. Trouxe à baila o Des. AMORIM CANTUÁRIA entrevista publicada nas Páginas Amarelas da Revista Veja pelo Min. CEZAR PELUSO, e disse existirem juízes que, qual ourives, debruçam-se sobre o ouro para criar a joia; e outros que se colocam qual operários na linha de produção, tendo a obrigação de produzir tudo quanto, do outro lado, em sua mesa entrar. Reclamou, com total razão, de se lhes cobrar produção, números, com o que o juiz pode esquecer-se de que no processo existem pessoas, de modo a melhor calhar a visão do ourives.