“E quem não tem amigo para fazer bilhetinho para o juiz?” Sincera, corajosa e reveladora a entrevista da nova Corregedora Nacional da Justiça, Min. ELIANA CALMON, no O Estado de São Paulo (30.09.10, p. A-22). Mostra bem conhecer os problemas da Justiça ao confessar ser juíza mas temer dela precisar (“Sou juíza que teme precisar da Justiça”). Mais do que isso, enfrenta o tema da corrupção e revela conhecer até uma de suas facetas que se pinta, normalmente, como inocente. Poderia ser chamada de corrupção afetiva, onde outros ingredientes entram em cena e são tão comprometedores quanto as demais formas pensáveis. Lembra, então, dos pedidos de julgamento, sem se esquecer daqueles que não têm padrinho e que, não tendo como pedir, ficam na fila, pagando, pois, a conta. Mãos à obra: conhecendo bem também as mazelas, há como trabalhar para melhorar. Disso, muito se precisa.